.......

.......

domingo, 5 de junho de 2011

Perdão: Encarnação da Graça


Se teu irmão pecar (contra ti), vai argüi-lo entre ti e ele só.
Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão.
Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas toda palavra se estabeleça.
E, se ele não vos atender, dize-o a igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano.
Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra, terá sido ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra, terá sido desligado no céu.
Em verdade também vos digo que, se dois entre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que porventura pedirem, ser-lhe-á concedida por meu pai que está nos céus.
Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.
Então Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?
Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Por isso o reino do céu é semelhante a um rei, que resolveu ajustar contas com os servos. E passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos, e tudo quanto possuía, e que a dívida fosse paga.
Então o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo e tudo te pagarei.
E o senhor daquele servo, compadecendo-se mandou-o embora, e perdoou-lhe a dívida.
Saindo, porém aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários: e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves.
Então o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo e te pagarei.
Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se o lançou na prisão até que saldasse a dívida.
Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito, e foram relatar ao seu senhor tudo o que acontecera.
Então o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?
E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida.
Assim também meu pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um de seu irmão.
E aconteceu que, concluindo Jesus estas palavras, deixou a Galiléia e foi para o território da Judéia, além do Jordão. Seguiram-no muitas multidões, e curou-as ali.
Vieram a ele alguns fariseus, e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?
Então respondeu ele: Não tendes lido que o Criador desde o princípio os fez homem e mulher; e que disse: Por esta cauda deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?
De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Porquanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
Replicaram-lhe: Por que mandou então Moisés dar carta de divórcio e repudiar?
Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres; entretanto, não foi assim desde o princípio.
Eu porém, vos digo: Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério (e o que casar com a repudiada comete adultério).
Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente a sua mulher, não convém casar.
Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos estão aptos para receber este conceito, mas apenas a quem é dado.
Porque há eunucos de nascença; a outros a quem os homens fizeram tais; e a outros que a si mesmo se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para admitir, admita-o.
Mateus 18:15 a 19: 12

Setenta x Sete nada mais é do que a numerologia do perdão, a matemática do amor. Por isso lemos este texto de Mateus capítulos 18 e 19 que falam a respeito do assunto. Vejamos o que diz os versículos 21 e 22 do capítulo 18.
Então, Pedro, aproximou-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Introduzo este assunto como algo que julguei pertinente ao momento, em nível de conceituação e definição, pelo menos quanto à procura de entendimento a respeito do significado do perdão.
Quando, na expectativa de descobrir aquilo que Deus queria que fosse partilhado com o seu povo, comecei a estudar este texto, perguntei-me a mim mesmo: Senhor, o que é falar de perdão?
A resposta que me veio ao coração é esta:
Falar de perdão é falar de Deus, é falar da graça, é falar da capacidade de oferecer aos outros uma memória apagada, sem registros, sem mágoas e sem as tatuagens do ressentimento.
Perdoar é deixar o outro nascer de novo na nossa história, sem as memórias que fizeram dele uma desagradável lembrança.
Falar de perdão é falar de um alto padrão, é falar de algo que o mundo não ensina, é falar daquilo que a natureza caída do cosmos não criou, nem por seleção natural, nem por geração espontânea, porque não se aprende as leis do perdão na natureza.
Falar de perdão é falar de vida, de saúde, de paz e da verdadeira humanidade individual que se transforma na semelhança de Deus, pois quem não perdoa, adoece e se deforma como gente.
Falar de perdão é falar do sentimento essencial para se viver com o coração descoberto neste mundo de agressões e de facas afiadas.
Falar de perdão é falar de Jesus e dos homens que com Ele almejam ficar parecidos. Falar de perdão é falar da repetição da vida de Jesus na nossa pobre, frágil e caída humanidade individual. Falar de perdão é falar de Deus na minha e na sua vida.
No texto de Mateus, 18 há uma ligação de assuntos que se combinam em relação ao perdão.
Quem acaso ler apenas os versos bíblicos acima e pensar que neles está inserida toda a mensagem do perdão, ilude-se. Notem que o texto tem início dizendo: Então Pedro, perguntou (...). Isto significa que o que tinha sido dito antes foi o que motivou Pedro a fazer aquela pergunta. Ele foi tomado de uma extrema perplexidade diante das coisas que Jesus acabara de dizer a respeito de relações interpessoais.
Jesus tinha justamente acabado de ensinar, no contexto antecedente sobre perdão na igreja. Entre os versículos 15 e 19 essa foi sua tecla, tema e assunto. Ao invés de ser o clássico texto sobre disciplina, esse é o texto sobre o perdão.



Nenhum comentário:

Postar um comentário