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terça-feira, 31 de maio de 2011

Pequenos Cristos ou Péssimas cópias???

     Quando vamos ao cartório autenticar Xerox dos documentos, o funcionário pede o documento original. Como ele sabe se a cópia é verdadeira? Resposta: Ao compará-la com o original. Como sabemos se o cristão é autêntico? Ao compará-lo com Cristo.
            Acredita-se que as marcas contam muito, a propaganda é prestigiada e imagem é tudo. Porém ser cristão não dá ibope, mas não foi assim no princípio.  Por ocasião do nascimento da Igreja – Atos 2 – o apelo dado no final do sermão, por Pedro, foi: “Salvai-vos dessa geração perversa”.
           Logo em seguida, a Igreja Evangélica de Jerusalém foi inaugurada com 3000 membros. Essa Comunidade nasceu para a glória de Deus, para impactar vidas e para fazer  discípulos de Jesus.
            Imagine sua ida a um daqueles cultos maravilhosos: a) As pessoas perseveravam no ensino, na comunhão, no partir do pão e nas orações; b) Eles cuidavam uns dos outros; c) Havia uma consciência muito vívida da presença de Deus,  “em cada alma havia temor”; d) Estavam juntos – O envolvimento, o senso de pertencimento era total; e) O resultado dessa vida comunitária: “Contando com a simpatia de todo o povo.” O autor acrescenta: “Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” O estilo de vida dos cristãos provocou um impacto tremendamente positivo?
            Alguma coisa aconteceu com o cristianismo bíblico (de lá para cá) e fez a sociedade  não olhar os cristãos com bons olhos. Não me refiro ao fato da perseguição, pois seria outro assunto. Refiro-me ao empobrecimento do bom testemunho, cristãos nominais, cristãos de aparência, caricaturas, enganadores, gente superficial, “gospelizada”, “mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus”. Em alguns meios,  ser cristão é ser alienado, apático, retrógrado, isolado, orgulhoso, preconceituoso… Entretanto, fomos chamados para uma vida transcendental, sobrenatural, fascinante,  diferente de tudo que jamais sonhamos antes.
              É fato que nem todos os cristãos são verdadeiros.  Como é a vida cristã autentica? Qual seria o melhor modelo para ilustrar a autenticidade de um cristão? Freqüentar uma boa igreja, atuar em algum trabalho voluntário? Praticar obras sociais e beneficentes? Ler a Bíblia regularmente e memorizar textos?  É evidente que tais práticas são naturais no comportamento de um cristão,  mas a essência do cristianismo é além da nossa atividade, do comportamento, da aparência. Ser cristão, é antes de tudo, ter um novo coração, experimentar uma radical mudança no íntimo: O Novo Nascimento.
              Uma vida cristã autêntica está acima de um imaginário coletivo. É uma transformação operada pelo Espírito Santo nas profundezas do ser e apesar do nosso coração enganoso, vamos aprendendo a ser autênticos, à medida que o tempo passa.
             Esse é um paradoxo do cristianismo: Todos nós somos santos e pecadores, essa é nossa condição, enquanto seres humanos. Veja bem, essa é a nossa condição, não a nossa maldição. Afinal, a cruz anulou a grande maldição e nos trouxe a grande benção.
            O respeitado A.W. Tozer disse[i]:  “O cristão sabe que foi purificado de suas faltas, mas está profundamente consciente de que nada de bom habita em sua carne”. 
            Ser autêntico é estar tão contente com o nosso Deus e não precisar  fingir. Não precisamos provar sempre a nossa razão, não precisamos nos defender, causar uma boa impressão nos outros, nem nos esforçar para parecermos superespirituais, piedosos…
            Você já percebeu como geralmente queremos competir, mostrar nossa força, nosso poder.  Gosto de uma frase citada por Swindoll[ii]: “Não é preciso que sejamos o maior fenômeno do mundo. Podemos simplesmente ser nós mesmos”.
            A vida cristã autêntica pode ser alcançada aqui na Terra ou é  inatingível? Só o Cristo viveu a vida cristã autêntica e ninguém mais consegue? A primeira vez que ocorreu o termo “cristão” foi em  Atos 11:26: “Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos”.  Ou seja, pequenos cristos. Significa ser um imitador de Cristo, ou ser parecido com o Cristo ao ponto de ser identificado com Ele.
            Esse é o segredo da vida cristã: “Cristo vive em mim, logo não sou eu quem vive e o viver que vivo na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” – Gálatas 2.20.
            O alvo de Deus para nós é que cada um seja parecido com o seu Filho.  É um desenvolvimento que vai continuar por toda a vida. Deus está mais preocupado em desenvolver esse caráter cristocêntrico em nós do que  a nossa carreira, conta bancária,  projeção pessoal, porque o caráter, levaremos para a eternidade, mas os títulos e rótulos, não.
            Há aqueles que realmente seguem a Cristo e pelos seus frutos são conhecidos. Quem são eles? Como podem ser reconhecidos? Como se comportam?  Algumas marcas ou distintivos do cristianismo são essenciais: É alguém que após “nascer de novo”, torna-se amoroso, humilde, espiritual, integra-se a uma igreja local a fim de ser equipado para  praticar boas obras e encontra-se num processo de transformação. Não se trata de atingir o “nirvana”, impecabilidade, ou se esconder na máscara de uma religião a fim de “aparentar” conduta moral recomendável. Não, a maior moralidade é a do coração. Não se trata de fazer para impressionar, mas de uma convicção que a Graça de Deus habilita, perdoa e nos dá novas oportunidades. O cristão é um doente cuidando de doentes, um perdoado distribuindo perdão, um salvo apontando o caminho da Salvação.
            Não gostamos de objetos falsos, imitações. Apreciamos muito mais os produtos originais. Infelizmente, há muitas cópias de cristãos num mundo dos iguais. Jesus nos chama para sermos diferenciados. Quando se aplica a remédios, não há nada de errado em comprar os genéricos, mas quando se trata de cristão, tem que ser original. 
            Como seria a sua igreja se todos os cristãos fossem exatamente como você?

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